O CEG tem os seguintes objetivos para 2018-22:
1) Desenvolver investigação de alta qualidade centrada nas temáticas das dinâmicas ambientais, sociais e territoriais. Para atingir este objetivo, o CEG fortalecerá a sua política de estímulo à publicação em revistas científicas de elevado fator de impacto, bem como incentivará a publicação de livros e capítulos de livros de reconhecida qualidade, de modo a estimular os investigadores a estudarem temáticas-chave, integradas nos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
2) Fomentar e desenvolver colaborações internacionais e redes de ensino avançado, com o objetivo de aumentar a visibilidade e o perfil internacional do CEG. Para isso, o CEG apoiará os seus investigadores a participarem em posições estratégicas em organizações e redes nacionais e internacionais.
3) Fortalecer o ensino pós-graduado através do aumento do número de bolsas de doutoramento para programas de doutoramento certificados do IGOT. A Unidade de I&D integrará estudantes de doutoramento e jovens investigadores e implementará mecanismos de mentoria, que visam melhorar a qualidade e impacto da sua investigação.
4) Procurar e assegurar financiamento de base e diversificar as fontes de financiamento para responder às condições de crise e da intervenção da Troika. O CEG desenvolverá um sistema mais robusto de revisão interna por pares e utilizará os casos de sucesso de obtenção de financiamento, como modelos para futuras convocatórias.
5) Investir em instalações, infraestruturas de investigação e treino de funcionários, visando oferecer boas condições de trabalho e serviços de apoio à investigação de excelência. O CEG beneficia das novas instalações do IGOT, onde a maior parte dos investigadores e funcionários se encontram instalados desde 2015. Desde então, o CEG tem investido no GEOMODLAB (Laboratório de Deteção Remota, Modelação Espacial e Análise Geográfica), na Biblioteca e na Fototeca. O CEG vai reinstalar o Laboratório de Geografia Física, expandir e atualizar a infraestrutura PERMANTAR, e fomentando a manutenção da qualidade das instalações atuais, apostando no desenvolvimento da investigação e no treino do pessoal na utilização de novas tecnologias.
6) Aumentar o impacto societal da investigação, bem como a contribuição para as políticas públicas para o desenvolvimento sustentável e inclusivo das cidades e regiões, com um enfoque em temas estratégicos como: estudo e adaptações às alterações climáticas, avaliação e gestão dos riscos, cidades saudáveis, migrações e integração, vulnerabilidade social, igualdade de género, habitação a preços acessíveis, cidades inteligentes, mobilidade urbana, turismo sustentável, inovação e emprego inclusivo e, coesão territorial.
7) Implementar uma sólida política de ciência aberta, com o objetivo de promoção da cooperação e da transparência na solução de problemas geográficos. O CEG melhorará a comunicação dos resultados da investigação usando notas de imprensa, redes sociais e outras ferramentas com o objetivo de conseguir uma maior interação com a sociedade e continuará a publicar em acesso aberto e a apoiar a internacionalização da Finisterra – Revista Portuguesa de Geografia.
Considerando a amplitude da investigação realizada no CEG, os resultados anteriores, bem como os 17 Objetivos das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (ODS), os 7 objetivos estratégicos do CEG para 2018-2022 são estruturados em torno de 4 agendas temáticas principais:
i) Mudanças Ambientais, Recursos e Riscos Naturais
A investigação continuará a seguir as linhas principais do período de avaliação anterior, focando-se nos 7 objetivos mencionados e na melhoria da ligação entre a investigação básica e aplicada, considerando as necessidades societais, bem como os ODS. As duas áreas de investigação são:
– Riscos naturais, ambientais e tecnológicos e sua gestão, áreas que integram a maior parte dos especialistas do CEG, focando-se em temáticas relacionadas com os impactes ambientais e societais de um sistema Terra em rápida mudança. Os temas principais são as alterações climáticas, o clima urbano, a instabilidade de vertentes, cheias, dinâmica litoral, incêndios florestais, secas, avaliação multi-risco e gestão do risco.
– Ambientes polares com permafrost e alterações climáticas, com enfoque nos seguintes novos desafios: dinâmica do permafrost da Península Antártica, lagos termocársicos e o seu significado para o sistema climático global e, erosão em litorais com permafrost no Ártico.
ii)Desafios Urbanos, Mudanças Socioeconómicas e Justiça Espacial
A investigação continuará a examinar a relação entre as mudanças económicas globais, as transformações sociais e a justiça espacial. Esta agenda temática estratégica focar-se-á no estudo da interligação entre as relações sociais e económicas e na forma como estas estão a reconfigurar o espaço, e em como soluções alternativas podem contribuir para o objetivo de cidades e regiões mais justas. Os temas de investigação priviligiarão os estudos da globalização e de desigualdades espaciais em diversas escalas, a criatividade, a inovação e crescimento inclusivo, o envelhecimento e mudança demográfica, as migrações transnacionais, as desigualdades sociais e do género, a segregação étnica, a diversidade urbana, a financeirização dos mercados da habitação, o turismo e lazer, bem como a cultura e identidade.
iii) Territórios, Governança, Políticas e Planeamento
Esta agenda temática estratégica irá abordar as questões relacionadas com a governança das cidades com o objetivo de atingir um desenvolvimento sustentável e inclusivo. Respeita também ao estudo das políticas e constituição das estruturas de poder, bem como da sua influência na geopolítica, cidadania e conhecimento geográfico da escala local à global. Os estudos conjuntos do planeamento urbano e regional, focar-se-ão na coesão espacial, desenvolvimento periférico, património natural e cultural e planeamento turístico, nexo urbano-rural, cidades inclusivas, modelação urbana, TIC e o processo de planeamento urbano, equipamentos e serviços coletivos, infraestruturas e redes, transporte urbano e cidades inteligentes.
iv) Ambiente, Cultura, Sociedade e Lugar
O ambiente, a cultura e a integração social estão a ganhar momentum na academia e na arena política. Esta nova agenda estratégica temática tem como objetivo dar resposta a este crescimento de interesse, apoiando-se no trabalho sólido dos geógrafos humanos e físicos do CEG, promovendo a sua colaboração interdisciplinar. A investigação englobará o estudo das interligações dos problemas societais e ambientais, incluindo, mas não exclusivamente, temáticas como o antropoceno, adaptações às alterações climáticas e planeamento urbano, ecologias urbanas, biodiversidade nas cidades, commoning e recursos partilhados, sistemas alimentares locais, migrações e redução do risco de catástrofes, geodiversidade e turismo responsável, cultura e paisagem, resiliência e vulnerabilidade, cidades saudáveis, cidades energeticamente eficientes, inovação e transições sustentáveis.