
O Grupo de Investigação em Alterações Climáticas e Sistemas Ambientais (ZEPHYRUS), tem como principal tema o estudo das alterações climáticas e seus impactes nos sistemas ambientais e humanos, a diferentes escalas geográficas e temporais. A investigação centra-se em três áreas fundamentais:
1) Climatologia – estudam-se especialmente os temas de Climatologia Urbana, História do Clima, Riscos e Respostas Climáticas, Bioclimatologia e Climatologia Aplicada ao Turismo, Desportos Náuticos, Recursos Eólicos e Agricultura. Em colaboração com alguns técnicos de planeamento locais, desenvolvem-se orientações climáticas e ambientais ao serviço dos decisores políticos de vários municípios.
2) Biogeografia – tem-se centrado no estudo da influência e impactes das mudanças ambientais nas comunidades vegetais, na subida do nível do mar e impactes nos ecossistemas costeiros, nas alterações do uso e ocupação do solo na distribuição e preservação da vegetação e nos processos físicos e humanos e dinâmicas da paisagem.
3) Geocriologia – tem-se focado nas dinâmicas ambientais das regiões polares (em especial na Península Antártica) e de alta montanha e a sua ligação com o Sistema Climático Global: tem como principais temas a cartografia, monitorização e modelação do permafrost e da camada activa, a monitorização da dinâmica geomorfológica de ambientes frios, a deteção remota de neve e vegetação polar e a reconstrução paleoambiental de ambientes frios. A equipa participa na Global Terrestrial Network for Permafrost (GTN-P-IPA/WMO), no SCAR/IPA Expert Group on Permafrost, Soils and Periglacial Environments e coordena o Programa Polar Português (PROPOLAR) em conjunto com o CCMAR, IMAR, IST e CIIMAR.
O ZEPHYRUS integra atualmente 14 Investigadores Efetivos, 20 Investigadores Associados e e 4 Investigadores Colaboradores, de universidades nacionais (ULisboa, UÉvora, UAlgarve e UTAD) e internacionais (Buenos Aires, Alcalá e Oviedo). Integram-se ainda no Zephyrus vários estudantes de doutoramento e bolseiros de investigação. A multidisciplinaridade é uma das características do ZEPHYRUS (geógrafos, físicos, geólogos, engenheiros biofísicos e florestais e outras especialidades), Sendo acolhidos frequentemente investigadores da Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Bulgária, Brasil, E.U.A., Hungria, México, Polónia e Reino Unido.
Objetivos
A investigação de base e aplicada centra-se nos tópicos chave das três áreas de pesquisa principais do grupo e pretende promover a competitividade e interdisciplinaridade em projectos científicos nacionais e internacionais.
Na área da climatologia os estudos centram-se nos impactes indesejáveis das alterações climáticas (AC) e eventos climáticos extremos (riscos climáticos) e visam criar soluções para o ordenamento do território, nomeadamente aquelas que passam pela avaliação do potencial climático em áreas urbanas e periurbanas.
Os trabalhos de geocriologia dedicam-se ao estudo dos impactes das alterações climáticas no permafrost e ambientes periglaciários e na reconstrução paleoambiental de ambientes polares e de alta montanha, sobretudo na Península Antártica Oeste, Árctico (Svalbard e Canadá), Andes e cordilheira do Atlas. Utiliza como metodologias a modelação espacial e temporal das características do permafrost e a detecção remota da criosfera.
Os estudos de biogeografia incidem na importância paleobiogeográfica e paleoclimática das turfeiras isoladas na Península Ibérica, e na identificação de refúgios glaciários e expansões pós glaciárias e biodiversidade. Igualmente se privilegiam os estudos sobre a dinâmica dos sapais do Sado, Alvor e Portimão, e a identificação das áreas de maior adequabilidade microclimática e hidrológica para a recuperação das populações de teixo (Taxus baccata) em Portugal.
O grupo de investigação gere algumas infra-estruturas e equipamentos existentes no terreno (redes mesoclimáticas em cidades e na Antártida) e utiliza tecnologia de ponta (UAV) para obter informação no terreno. Tem como principal metodologia a observação a monitorização em ambientes urbanos, de alta montanha e polares, através de técnicas e dados de detecção remota-sensores ópticos, Infravermelho, de onda curta e híper-espectrais e a modelação espacial dos sistemas ambientais que estuda.