Gonçalo Vieira escreveu um artigo de opinião, no jornal Público, que sublinha a necessidade de proteger a Serra da Estrela.

Em reação a uma notícia no semanário Expresso que divulgou que “82 milhões de euros de investimento serão aplicados na serra da Estrela para captar turismo durante todo o ano”, o investigador do CEG e professor do IGOT alerta para as consequências nefastas que esta ação poderá ter.

Como se pode pensar num desenvolvimento territorial sustentável, propondo infra-estruturas pesadas exatamente para as áreas de maior valor ambiental, paisagístico e também mais procuradas para quem quer estar em contacto com a natureza? Como se pode não entender que o território da Estrela e, em particular a área com testemunhos das glaciações, é singular na geodiversidade e na biodiversidade e, por isso, é que é protegido por lei? Como se ousa sequer pensar em continuar a danificar, provavelmente para sempre, um território tão sensível e que é património de todos? Não podemos continuar a permitir que se repitam erros sobre os erros do passado e que uma das principais jóias naturais de Portugal se perca para sempre… Ou que gerações futuras se vejam na necessidade de voltar a investir milhões para limpar o mal que, entretanto, foi feito.

O Geopark Estrela foi, recentemente, reconhecido como Geopark Mundial pelo Conselho Executivo da UNESCO. O dossiê de candidatura que levou à atribuição deste novo estatuto foi realizado por uma equipa do Centro de Estudos Geográficos (IGOT-ULisboa) e da Associação Geopark Estrela, sob coordenação científica de Gonçalo Vieira.